Enfim, a solução
Um minucioso trabalho de conciliação judicial pôs fim a um processo de inventário que se arrastava há 25 anos na Justiça da Paraíba, e, ainda, mais 40 outros processos relacionados a lide principal. O processo de inventário envolvia sete herdeiros, sendo quatro de uma primeira partilha que foi anulada por três herdeiros que, após a abertura da sucessão, ingressaram com uma ação de investigação de paternidade, além de 15 terceiros que compraram bens de boa fé e vinham convivendo com a insegurança jurídica gerada pela querela judicial.
A conciliação durou um ano, tendo à frente dos trabalhos o instrutor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em Políticas Públicas de Conciliação e Mediação, juiz Gustavo Procópio, que iniciou promovendo o diálogo entre as partes, as quais sequer se falavam até fechar as bases gerais do acordo, na última sessão de conciliação, em janeiro de 2013.
A partilha já havia sido feita beneficiando os primeiros quatro herdeiros, alguns deles com mais de 70 anos de idade. Muitos dos bens foram vendidos a terceiros de boa fé. Mas um grupo composto por três novos herdeiros decidiu lutar na Justiça pela anulação da primeira partilha e pela realização de uma segunda, assegurando-lhes o direito. Para esse segundo grupo, o valor estimado era de mais de R$ 3 milhões.
“As partes estavam sofrendo uma angústia de ter um inventário inconcluso, um conflito sem fim, que já perdurava vinte e cinco anos, com constantes embates, incertezas e inseguranças jurídicas. Era como se o luto daquele ente querido que faleceu permanecesse por vinte cinco anos”, observa o magistrado.
Gustavo Procópio conta que a mediação teve início em janeiro de 2012. Uma situação complexa, mas que foi construída pelas partes à base do consenso, avançando a cada sessão conjunta e privada que era realizada com os herdeiros. “A pergunta que eu fiz no primeiro momento aos herdeiros foi se eles queriam buscar a conciliação. A resposta foi afirmativa. No entanto, eles perceberam que tinham dificuldades de diálogo. Na primeira audiência mal se olhavam”, relatou o magistrado.
Ao longo de um ano, foram realizadas várias sessões de conciliação, segundo informou o magistrado. Ele relata que não queria impor o resultado, mas encontrar um consenso. “O resultado final foi um acordo, com a satisfação de todos os envolvidos”, observou.
Para o juiz Gustavo Procópio, a sociedade está despertando para a prática da conciliação e o Tribunal de Justiça da Paraíba, através dos próprios magistrados, tem levado para as audiências o incentivo para que as partes busquem o entendimento. O TJ, inclusive, conta com um Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Soluções de Conflitos e vários Centros de Conciliação. Além disso, o Judiciário paraibano vem trabalhando em harmonia com o CNJ na implementação da Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses, em conformidade com a Resolução 125 do CNJ.
Na opinião do juiz,Gustavo Procópio, a participação dos advogados foi muito importante, para o desfecho positivo. “Eles vinham fazendo um trabalho de bastidores, conversando entre si, conversando com as partes, construindo todo esse acordo que não foi fácil porque havia interesses de sete herdeiros. Cada um com suas posições, porque muitos já tinham tudo consolidado. Alguns herdeiros já tinham recebido bens que já estavam em poder de terceiros”, revelou.
Daniel Sabadele Aranha, advogado de uma das partes, afirma que a situação era muito complexa, pois além dos interesses coletivos de dois grupos, um de herdeiros antigos e outro de herdeiros novos, existiam os interesses individuais de cada herdeiro.
Já o advogado José Marcelo Dias, que representava Eudes Arruda – filho do herdeiro Pedro Tomé de Arruda – , o seu cliente ficou satisfeito porque a conciliação evitou mais 20 anos de luta na justiça. O advogado Wilson Paulo Magalhães, que representou o três últimos herdeiros, disse que a conciliação tem que vir de mãos dadas com a satisfação.
Ele disse, ainda, que a maior dificuldade foi ter que trabalhar com o lado emocional das pessoas. É muito difícil você ver no outro o seu sofrimento. Trabalhar esse sentimento é o mais complexo”, reforçou.
Por Eloise Elane/Gabriela Parente
Fonte: TJP
A conciliação durou um ano, tendo à frente dos trabalhos o instrutor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em Políticas Públicas de Conciliação e Mediação, juiz Gustavo Procópio, que iniciou promovendo o diálogo entre as partes, as quais sequer se falavam até fechar as bases gerais do acordo, na última sessão de conciliação, em janeiro de 2013.
A partilha já havia sido feita beneficiando os primeiros quatro herdeiros, alguns deles com mais de 70 anos de idade. Muitos dos bens foram vendidos a terceiros de boa fé. Mas um grupo composto por três novos herdeiros decidiu lutar na Justiça pela anulação da primeira partilha e pela realização de uma segunda, assegurando-lhes o direito. Para esse segundo grupo, o valor estimado era de mais de R$ 3 milhões.
“As partes estavam sofrendo uma angústia de ter um inventário inconcluso, um conflito sem fim, que já perdurava vinte e cinco anos, com constantes embates, incertezas e inseguranças jurídicas. Era como se o luto daquele ente querido que faleceu permanecesse por vinte cinco anos”, observa o magistrado.
Gustavo Procópio conta que a mediação teve início em janeiro de 2012. Uma situação complexa, mas que foi construída pelas partes à base do consenso, avançando a cada sessão conjunta e privada que era realizada com os herdeiros. “A pergunta que eu fiz no primeiro momento aos herdeiros foi se eles queriam buscar a conciliação. A resposta foi afirmativa. No entanto, eles perceberam que tinham dificuldades de diálogo. Na primeira audiência mal se olhavam”, relatou o magistrado.
Ao longo de um ano, foram realizadas várias sessões de conciliação, segundo informou o magistrado. Ele relata que não queria impor o resultado, mas encontrar um consenso. “O resultado final foi um acordo, com a satisfação de todos os envolvidos”, observou.
Para o juiz Gustavo Procópio, a sociedade está despertando para a prática da conciliação e o Tribunal de Justiça da Paraíba, através dos próprios magistrados, tem levado para as audiências o incentivo para que as partes busquem o entendimento. O TJ, inclusive, conta com um Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Soluções de Conflitos e vários Centros de Conciliação. Além disso, o Judiciário paraibano vem trabalhando em harmonia com o CNJ na implementação da Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses, em conformidade com a Resolução 125 do CNJ.
Na opinião do juiz,Gustavo Procópio, a participação dos advogados foi muito importante, para o desfecho positivo. “Eles vinham fazendo um trabalho de bastidores, conversando entre si, conversando com as partes, construindo todo esse acordo que não foi fácil porque havia interesses de sete herdeiros. Cada um com suas posições, porque muitos já tinham tudo consolidado. Alguns herdeiros já tinham recebido bens que já estavam em poder de terceiros”, revelou.
Daniel Sabadele Aranha, advogado de uma das partes, afirma que a situação era muito complexa, pois além dos interesses coletivos de dois grupos, um de herdeiros antigos e outro de herdeiros novos, existiam os interesses individuais de cada herdeiro.
Já o advogado José Marcelo Dias, que representava Eudes Arruda – filho do herdeiro Pedro Tomé de Arruda – , o seu cliente ficou satisfeito porque a conciliação evitou mais 20 anos de luta na justiça. O advogado Wilson Paulo Magalhães, que representou o três últimos herdeiros, disse que a conciliação tem que vir de mãos dadas com a satisfação.
Ele disse, ainda, que a maior dificuldade foi ter que trabalhar com o lado emocional das pessoas. É muito difícil você ver no outro o seu sofrimento. Trabalhar esse sentimento é o mais complexo”, reforçou.
Por Eloise Elane/Gabriela Parente
Fonte: TJP
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