Novos horizontes
O Brasil é um dos países com maior número de processos. De acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), é também o País com o maior número de faculdades de direito no mundo. Quanto mais advogados, mais ações judiciais e mais processos. Essa realidade desconcertante é motivo de permanente reflexão no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O Brasil é um dos países com maior número de processos. De acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), é também o País com o maior número de faculdades de direito no mundo. Quanto mais advogados, mais ações judiciais e mais processos. Essa realidade desconcertante é motivo de permanente reflexão no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“A Justiça hoje em dia está praticamente inviabilizada”, afirmou o ministro do STJ Marco Buzzi. Para
ele, a mediação e a conciliação representam “uma sólida e talvez única
esperança, a única alternativa racional, viável economicamente e viável
concretamente”.
Na tarde desta quinta-feira (23), o ministro esteve reunido com
representantes das ouvidorias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e
dos diversos tribunais de justiça do País para assistir à apresentação
do projeto Ouvidorias de Justiça: agentes potencializadores da mediação e da conciliação, de autoria do CNJ.
Alternativas
Na ocasião, Buzzi fez uma reflexão acerca da situação atual do País
quanto ao elevado número de processos judiciais, que, segundo ele,
chegam a 107 milhões. O magistrado ressaltou que somente no seu gabinete
constam 15 mil processos pendentes de julgamento.
O ministro faz parte de grupo que há muito tempo pensa em
alternativas para a excessiva litigiosidade. Buzzi lembra que sempre
buscou parcerias e colaboradores e que trabalhou para conscientizar os
tribunais a aderirem ao movimento da conciliação. Isso porque, para ele,
embora o processo judicial tenha sido uma das maiores conquistas da
sociedade, não é instrumento de resolução de conflitos.
“Não prego contra a jurisdição, contra o processo. A sentença resolve
bem o processo, mas não resolve quase nunca o conflito sociológico que
há por trás”, opinou. O ministro se mostrou esperançoso quanto ao
projeto. Ele disse que, se as ouvidorias realmente aderirem à política
pública de funcionarem como potencilizadoras da mediação e da
conciliação, irão ao encontro dessa aspiração, de dar valor ao ser
humano e olhar para a sua situação aflitiva.
Impacto
Após a abertura do encontro, o conselheiro Luiz Claúdo Allemand,
ouvidor do CNJ, fez a apresentação do projeto para as ouvidorias de
justiça, que, segundo ele, não vai gerar custo para os tribunais, não
vai alterar o fluxo das ouvidorias e ainda causará grande impacto.
Para ele, o projeto representa uma tentativa inovadora em momento de
crise, já que se tentou diversas alternativas. “Já se tentou operar as
regras processuais, aplicar jurisprudência, súmulas vinculantes,
repetitivos, repercussão geral, e nada derruba a litigiosidade do
cidadão brasileiro”.
Segundo o conselheiro, “as ouvidorias, com esse projeto,
transformam-se em agentes ativos e apresentam ao cidadão que a procura a
oportunidade de potencializar o conhecimento”.
Fonte: STJ
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