sexta-feira, 30 de julho de 2010

Brasil defende mediação da Unasul na crise entre países

O governo brasileiro atua para que a crise entre a Colômbia e a Venezuela seja resolvida no âmbito regional, por intermédio da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Para os negociadores brasileiros encarregados de acompanhar o assunto, se o fim do impasse ocorrer sem interferência de agentes externos ao bloco, a região será fortalecida e estará afastado o risco maiores consequências em decorrência do conflito.

A ideia é apelar para o bom senso e a unidade de ambos os lados. Os negociadores brasileiros analisaram como uma sinalização positiva e de abertura ao diálogo a iniciativa do governo da Colômbia, anunciada nesta segunda-feira (26), de estudar medidas de incentivo à economia e ao desenvolvimento na área fronteiriça com a Venezuela.

Na semana passada, em conversa com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que ele assuma uma posição mais moderada como indicação de possibilidade de acordo com o próximo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que toma posse no próximo dia 7.

Para os especialistas brasileiros, Santos demonstra ser mais flexível e pragmático do que Uribe, embora ambos sejam aliados políticos. Ainda hoje, Lula conversa com o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro.

O assunto será tema de uma reunião extraordinária de chanceleres da Unasul, na próxima quinta-feira (29), em Quito. O Brasil será representado pelo secretário-geral do Itamaraty, Antônio Patriota.

Integram o bloco o Brasil, a Bolívia, a Colômbia, o Equador, o Peru, a Argentina, o Paraguai, o Uruguai, a Guiana, o Suriname, o Chile e a Venezuela. A decisão de convocar uma reunião extraordinária foi do presidente do Equador, que ocupa a Presidência Pró-Tempore da Unasul, Rafael Correa.

O impasse entre Venezuela e Colômbia se agravou no último dia 22, depois que Chávez anunciou o rompimento das relações com o país fronteiriço. Chávez tomou a decisão momentos após a participação do embaixador da Colômbia na Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Alfonso Hoyos.

Em sessão extraordinária da OEA, Hoyos mostrou  fotografias, vídeos e testemunhos na tentativa de comprovar a existência de 87 acampamentos e 1,5 mil guerrilheiros em território venezuelano. A iniciativa provocou a indignação do governo da Venezuela.

A acusação da Colômbia fez Chávez anunciar a ruptura de relações diplomáticas com o país vizinho. Com isso houve manifestações dos países latino-americanos apelando para a busca de um acordo entre colombianos e venezuelanos. O receio é que a crise contamine a região como um todo afetando a estabilidade política, econômica e social.

A disposição de negociar a mediação do conflito no âmbito da Unasul deixa de lado os Estados Unidos – que também integram a Organização dos Estados Americanos (OEA) e são o principal aliado da Colômbia no continente. Segundo especialistas, isso reforça a unidade regional da América do Sul.

FONTE: DCI

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