terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A mediação de conflitos e a psicologia

Dois mundos
A mediação é um método de resolução de conflitos que tem se expandido cada vez mais mundo afora. Trata-se de um método onde duas partes participam de sessões de diálogo mediados por um terceiro que tem como função promover a comunicação, o entendimento mútuo e a construção de uma solução positiva para o conflito. Não se trata de aconselhamento nem de conciliação ou arbitragem.  O mediador tem a função de questionar e direcionar a conversa para a construção de uma solução que seja boa para ambas as partes. Alguns dos modos mais comuns de mediação são entre familiares ou vizinhos.

Apesar de ser uma área muito trabalhada pelo Direito, a Psicologia também se insere muito neste campo. A Psicologia pode auxiliar no entendimento dos conflitos e no manejo das emoções envolvidas no processo, visto que a mediação busca olhar bastante para os sentimentos envolvidos na relação em conflito. Importantes pensadores sobre o tema como Luis Alberto Warat, apesar de serem da área do Direito, usam muito da psicologia e da psicanálise. Muitos psicólogos já trabalham e se envolvem com mediação.

Acho uma área bastante fascinante, que rende ótimos frutos. Muitas vezes as pessoas encontram-se presas à ótica do perde-ganha, acreditando que este é o único meio de lidar com um conflito. Por exemplo, em questões como separação de casais e decisão da guarda dos filhos, as pessoas encontram-se com mágoas tão fortes que, ao invés de visar o bem-estar da criança, acabam guiando-se muito mais pelo rancor, tristeza e desejo de vingança, que se arrasta por inúmeros processos judiciais. No entanto, a mediação pode ajudar nesse tipo de situação, mostrando a possibilidade de um processo de ganha-ganha, ou seja, onde todos saem ganhando. 

Isso pode parecer difícil em um primeiro momento, mas é possível com a mediação. Isso ocorre porque a mediação não impõe soluções: ela é um processo de construção das mesmas. Os sentimentos são valorizados e trabalhados. A Psicologia pode ajudar a entender, como propõe Warat, os desejos conscientes e inconscientes que estão presentes ali. Sentimentos como a necessidade de respeito e reconhecimento, de empatia e compreensão. Ao trabalhar considerando esses desejos, fica-se mais próximo da verdadeira elaboração do conflito.

Desta forma, a mediação de conflitos é um tema muito interessante para a Psicologia, tanto como campo de investigação quanto de atuação.

Fonte: Blogue Psicologia em Desfoco
Postado por Dival Aragão

2 comentários:

  1. Adorei o texto!
    Sou Advogada e acredito que antes de iniciar um processo judicial, há instrumentos alternativos de pacificação social com resultados muito melhores, levando em consideração as vontades das partes envolvidas, o custo e o tempo na solução dos conflitos.
    Sou fiel incentivadora da Mediação e da Conciliação!
    Ganha-se mais com um bom acordo que com uma "boa" briga na justiça!

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    1. Parabéns pelo seu perfil como advogada. Optar pelas formas extrajudiciais, antes de ajuizar uma ação já demonstra o quanto vc está antenada com um novo jeito de atuar na profissão. Temos cercabde 90 milhões de ações perante o Judiciário e as formas extrajudiciais são uma opção mais inteligente, pois é mais em conta, menos formal e rápida. Continue assim, o sistema de Justiça agradece. Obrigado pela visita e volte sempre.

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