Sucesso o seminário, “Modelo de Transformação de Conflitos” de John Paul Lederach, realizado em Buenos Aires, Argentina. O professor de Construção de Paz Internacional da Universidade de Notre Dame (EUA) expôs vários aspectos relevantes, entre eles, a diferença básica entre resolução e transformação de conflitos. A primeira abordagem se centra no conteúdo do conflito, de forma mais imediata, e procura conseguir uma solução para o problema que gera a crise. A transformação, por sua vez, foca-se não só no conteúdo (imediato), mas também no contexto relacional (questões de poder, identidade, padrões de comunicação) e busca promover processos de mudança construtiva a médio e longo prazos.
A resolução é mais adequada àqueles conflitos que envolvem relações não continuadas (ex: acidente de trânsito), enquanto que a transformação de conflitos, por ser mais abrangente e buscar a modificações de padrões, é bastante útil para crises envolvendo relacionamentos que perduram no tempo (ex: família, vizinhos, trabalho).
A mediação pode ser uma forma de resolução ou de transformação de conflitos, dependendo da maneira como for praticada. Se os mediadores focarem apenas o “sintoma”, aquilo que é dito (conteúdo aparente), poderão auxiliar as pessoas a resolver esse problema através de um acordo. No entanto, como os padrões de interação não foram abordados, é provável que o conflito retorne (o conteúdo pode variar, mas a causa subjacente é a mesma). Para transformar um conflito, é necessário visualizar além do seu conteúdo imediato, identificar os padrões de interação entre pessoas e/ou grupos e promover processos construtivos de mudança.
Fonte: Mediar Conflitos
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