segunda-feira, 28 de abril de 2014

Workshop discutiu os caminhos possíveis para o acesso à justiça

Luzes para à Justiça
Em encontro ocorrido em São Paulo, magistrados, pesquisadores e técnicos debateram a Lei de Mediação, casos de sucesso, o pacto de resolução apropriada de disputas e a Resolução 125/10, que trata da Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos no âmbito do Poder Judiciário.George Teixeira, diretor financeiro da CACB, explicou que, junto ao Sebrae, a CBMAE já vem desenvolvendo projetos para facilitar o acesso à justiça aos micro e pequenos empreendedores. “É evidente que precisamos de muito mais eventos como esse para que a cultura da mediação, conciliação e arbitragem seja disseminada e, enfim, atinjamos nosso objetivo principal, que é colaborar com micro e pequenas empresas”.

O desembargador e membro do Comitê Gestor do Movimento pela Conciliação do CNJ, José Roberto Neves Amorim, também ressaltou a importância de mais encontros para a troca de experiências. Segundo ele, os resultados do último Justiça em Números, relatório com indicadores do Poder Judiciário, demonstram que ainda há muito a ser feito “Tivemos um aumento do número de processos de 2012 para 2013: no ano passado, eram 90 milhões de processos em comparação aos 92 milhões deste ano. Portanto, nós julgamos mais, mas ainda assim estamos perdendo para os números.

Isso demonstra claramente aquilo que a gente já defendia: a política pública de mediação e conciliação é uma política pública de mudança de cultura”. De acordo com Neves Amorim, o juiz deve ser utilizado somente quando sua participação for imprescindível. “Apenas 30% dos processos que tramitam no Poder Judiciário precisam de fato de um juiz. Os demais litígios poderiam ser solucionados por meio de pacificação, de uma forma muito mais humana”, pontuou.

Palestras e debates
Na exposição dos debates realizados acerca dos métodos alternativos de solução de conflitos, apresentaram-se os problemas da ausência de divulgação da mídia, o excesso da cultura judicante e outros. Entre as soluções apresentadas a todos esses problemas, foi citada a previsão legal de obrigatoriedade de disciplinas em cursos de graduação e concursos, além do mapeamento de processos para verificar os gargalos.

Sobre o marco legal da mediação e da conciliação como práticas autocompositivas de solução de conflitos, Igor Lima Goettenaur, Coordenador Geral da Escola Nacional de Mediação e Conciliação no Ministério da Justiça, levantou a questão da abrangência da lei. De acordo com ele, toda matéria que verse sobre direitos disponíveis ou indisponíveis que admitam transação pode ser objeto de mediação.“Uma série de direitos indisponíveis podem ser transacionados até um determinado limite ou então, se tiver o devido acompanhamento do ente público responsável pela tutela daquele direito, a exemplo do direito ambiental, quando o Ministério Público compõe essa transação”, argumentou.

Após as palestras, os magistrados, pesquisadores e técnicos presentes se reuniram em grupos para debater e propor soluções ao cenário atual dos métodos alternativos de resolução de conflitos. Foi proposto que os grupos formados mantenham contato e deem continuidade aos encontros de forma que sigam explorando o tema para descobrir as melhores práticas.

Fonte: Revista Resultado
nº 49 

Nenhum comentário:

Postar um comentário