domingo, 6 de novembro de 2011

Saiba quais são as principais alternativas na hora de refinanciar seu veículo

Avaliando os prós e contras
Observar os gastos e saber exatamente quanto da renda pode ser comprometida é importante para buscar a renegociação da dívida antes de ficar inadimplente

Com a ampliação na oferta de crédito, a procura por financiamento de automóveis é cada vez maior. No entanto, ao somar as parcelas de seguro e do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), além de todas as despesas de manutenção de um veículo - que incluem revisão, combustível, lavagem, estacionamento, entre outras - o consumidor pode chegar a um valor bem acima do planejado. E a consequência é previsível: quando o orçamento fica comprometido, são grandes as chances de não conseguir pagar mensalmente as parcelas do financiamento.

Antes de ficar inadimplente, o consumidor deve buscar a renegociação da dívida e mudar seus hábitos de consumo. "Quando houver dívida a ser paga, a primeira questão é renegociá-la com a financiadora. Se isso não resolver, passa-se à devolução do veículo", explica o advogado do Idec, Guilherme Varella. Vale lembrar que a renegociação dos débitos, assim como assumir outro financiamento para pagar a dívida, está sujeita à cobrança de juros mais altos, pois o crédito fica mais caro.

Renegociação
O refinanciamento pode ser uma boa saída tanto para o consumidor que toma o crédito, quanto para o banco que empresta. No entanto, é necessário observar três aspectos: o prazo para pagamento deve ser alongado, a parcela ser reduzida e o custo da dívida também deve ser menor, se possível apresentando novas garantias ou um fiador.

Se não for assim, a operação pode virar uma bola de neve e só vai adiar o problema da falta de capacidade de pagamento. Vale lembrar que o banco tem interesse em correr com o financiamento para que as prestações atrasadas não contaminem a qualidade da carteira de crédito do banco.

No momento da renegociação, é preciso verificar sua real capacidade de pagamento. Uma boa dica é fazer uma planilha detalhada dos seus gastos mensais e mostrar claramente ao credor o quanto você pode pagar. Se o gerente de sua instituição financeira se mostrar irredutível, procure ajuda no Procon ou na Defensoria Pública de seu estado.

É importante lembrar que a aquisição de um veículo financiado envolve a compra de um produto (carro) e de um serviço (crédito). Se ocorrer qualquer problema com o veículo, o financiamento continua vigente, portanto é muito importante ter um seguro automotivo - mais uma despesa a ser inserida na conta!

Devolução
Se, após muita conversa, o consumidor não conseguir chegar a um acordo de renegociação com a instituição financeira, duas alternativas podem ser tomadas: devolução do carro para a financeira, onde tenta-se resgatar pelo menos uma parte do que foi pago, ou a transferência da dívida para outro consumidor. "A devolução do carro garante a restituição das parcelas pagas, porém há o abatimento do desgaste do bem (carro), dos custos administrativos, além de demais custos estipulados contratualmente - desde que não sejam abusivos", alerta Varella.

É preciso estar atento também para a compra de veículos por meio de financiamentos conhecidos como "alienação fiduciária", que consiste na instituição financeira pagar parte do valor e o carro só ser de propriedade efetivamente do comprador quando este terminar de pagar as parcelas. Caso o consumidor deixe de pagar e não consiga renegociar a dívida, o banco se apropria do carro e tenta vender por meio de leilão.

"Na devolução direta do carro, com acerto entre consumidor e financiadora, só haverá valor residual a ser pago pelo consumidor caso o veículo vá a leilão para quitar a dívida e o valor obtido com o lance for inferior à dívida a ser paga", finaliza o advogado.

Fonte: IDEC

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