Tempos de paz
Passamos boa parte de nossa vida no ambiente de trabalho. Com colegas, superiores e subordinados travamos grande parte de nossas relações humanas. E, assim como nos demais espaços de convivência, esse ambiente também propicia relações conflituosas e, muitas vezes, nocivas. Para completar, a relação competitiva estabelecida na vida organizacional termina por trazer não só conflitos de ordem pessoal, com prejuízos na saúde individual, como de ordem institucional, com a organização vendo-se dentro de uma “fuga de talentos”, de sabotagens e, em último caso, como ré condenada em processos de assédio moral.
Para lidar com a complexidade dos conflitos que afloram no ambiente organizacional, as mais modernas técnicas administrativas não têm conseguido sair do discurso e ser implementadas na prática, mesmo com as tecnologias permitindo home officer, pregando responsabilidade social, tempo livre, flexibilização de horário, atenuação no limite entre vida particular e organizacional e etc.
Na realidade, para a transformação de conflitos no ambiente de trabalho é necessária a implementação de uma nova metodologia de enfoque do conflito. Uma metodologia que enxerga o trabalho e seus conflitos de forma não-litigante, em que prosperem o diálogo, as práticas colaborativas e o respeito às diferenças.
Sob esse aspecto, a mediação laboral - também conhecida como mediação empresarial, organizacional ou corporativa – é um instrumento eficiente na gestão dos conflitos no ambiente de trabalho. O mediador na empresa possui o papel de estimular a prática dialógica no ambiente profissional, ou seja, despertar nas pessoas a disponibilidade para o diálogo e motivar atitudes cooperativas. De fato, a MEDIAÇÃO LABORAL, promove atitudes que melhoram o clima organizacional, dissolvem tensões e rivalidades, inibem comportamentos agressivos e antiéticos, previnem contra a depressão, o alcoolismo, o absenteísmo e o assédio moral.
Assim, é preciso que, também as empresas, os administradores e empresários, conheçam o que é mediação, como ela se desenvolve no ambiente de trabalho, quais os profissionais aptos a trabalhar e desenvolver a mediação e, com efetividade, qual o processo e as técnicas de mediação.
Não existe nada mais falso do que a sensação de que já se é mediador ou já se aplica a mediação apenas quando se ouve e se procura “resolver conflitos no ambiente de trabalho”, quando se “é a pessoa para quem os outros vão contar seus problemas”. De fato, essas são expressões freqüentes quando apresentamos a mediação: todos dizem que já são mediadores, que já sabem o que é, quando, na realidade, isso não é verdade. A mediação é um processo real e efetivo de transformação de conflitos, com início, meio e fim, com técnicas próprias e efetivas de escuta, diálogo, questionamento e perguntas.
Psicólogo não é mediador. Advogado não é mediador. Gerente não é mediador. Administrador não é mediador. Mesmo que todos lidem com conflitos na empresa e no ambiente de trabalho. Apenas um mediador pode se dizer mediador porque apenas ele possui formação específica para atuar no momento do conflito, dentro da tensão. Dentro desse aspecto, a formação de mediadores aptos a lidar no ambiente organizacional é uma realidade ainda pouco conhecida, mas, em todo o caso, efetiva e apta a propiciar os melhores resultados, tanto para colaboradores e empregados quanto para a própria instituição.
Fonte: Blog Mediações
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