domingo, 21 de novembro de 2010

Melhor do que no passado, Judiciário é mal avaliado

Poder é confiável só para 33% da população, diz FGV

Para 67%, Justiça tende a melhorar nos próximos anos

O Judiciário continua mal avaliado, sendo confiável apenas para 33% da população, empatando com a Polícia e ganhando somente do Congresso Nacional e Partidos Políticos.

Isso é o que mostram os dados do ICJBrasil (Indice de Confiança na Justiça), produzido pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (DIREITO GV).

A confiança população nas instituições sofreu uma mudança importante no último trimestre. A Igreja Católica - que também marcou a disputa à presidência da republica no segundo turno das eleições – passou de 7º lugar no ranking de confiança nas instituições para a 2ª posição (*).

Nesse trimestre 54% dos entrevistados disseram que a Igreja é uma instituição confiável em comparação com o segundo trimestre de 2010, quando 34% dos entrevistados deram essa resposta. Em contraposição, a confiança nos Partidos Políticos caiu de 21% para 8% no período, mantendo-se em última posição no ranking de confiança nas instituições.

As Forças Armadas continuam sendo a instituição que conquista a maior confiança da população, 66% de respostas afirmativas. Na sondagem anterior - referente ao segundo trimestre - a Marinha, o Exército e a Aeronáutica obtiveram 63%.

O resultado não é confortável para os órgãos da Justiça. Com apenas 33% dos entrevistados dizendo que o Judiciário é uma instituição confiável, a instituição empata com a Polícia e ganha apenas do Congresso Nacional (20%) e dos Partidos Políticos (8%).

As outras instituições ficaram com os seguintes resultados no que diz respeito à confiança da população: Grandes Empresas (44%), Governo Federal (41%), Emissoras de TV (44%) e Imprensa Escrita (41%).

“A confiança no Judiciário cresce à medida que aumenta a renda e a escolaridade dos entrevistados”, explica Luciana Gross Cunha, professora da DIREITO GV e coordenadora do ICJBrasil. “É maior entre moradores do interior, se comparado entre os moradores da capital, e entre os homens se comparado com as mulheres”.

O ICJBrasil, no terceiro trimestre de 2010, também analisou a confiança do Judiciário segundo a cor de pele e constatou que, quem se declara como negro, pardo ou indígena confia menos no Judiciário do que quem se declara branco ou amarelo.

Apesar de todos os problemas e do pouco prestígio do Judiciário junto à população, a visão do brasileiro é a de que o Judiciário de forma geral está melhor hoje do que no passado e tende a melhorar ainda mais no futuro: para 47% dos entrevistados, o Poder Judiciário melhorou nos últimos 5 anos e para 67% ele tende a melhorar nos próximos 5 anos.

Quase metade dos entrevistados (41%) declarou que já entrou com algum processo ou ação na Justiça.

Os entrevistados do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro são os que em maior número declararam já ter utilizado o Judiciário, enquanto os entrevistados da Bahia e de Pernambuco são os que em menor número declararam ter utilizado o Judiciário.

A principal motivação do uso do Judiciário pelos entrevistados está relacionada à questões trabalhistas (demissão, indenização, pagamento de horas extras, etc), seguida por questões relativas ao direito do consumidor (cobrança indevida, cartão de crédito, produtos com defeito, etc) e direito de família (divórcio, pensão, guarda de menores, inventario, etc).

Fonte: Blog do Fred

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