Juiz promove conciliação na área de saúde com Estado
Representantes das Secretarias de Saúde do Estado da Paraíba e do Município de João Pessoa e partes que acionaram a Justiça reclamando o direito a medicamentos ou procedimentos médicos realizaram acordos, através de audiências de conciliação, ocorridas na tarde desta terça-feira (27). A sessão foi conduzida pelo juiz Antônio Carneiro de Paiva Júnior, na 4ª Vara da Fazenda Pública, no Fórum Cível da Capital.
Representantes das Secretarias de Saúde do Estado da Paraíba e do Município de João Pessoa e partes que acionaram a Justiça reclamando o direito a medicamentos ou procedimentos médicos realizaram acordos, através de audiências de conciliação, ocorridas na tarde desta terça-feira (27). A sessão foi conduzida pelo juiz Antônio Carneiro de Paiva Júnior, na 4ª Vara da Fazenda Pública, no Fórum Cível da Capital.
Seu Givanildo aguardava os medicamentos para o tratamento de asma da
mãe dele, desde o mês de março. Durante a audiência, foi informado que a
medicação já estava disponível e que ele deveria se dirigir à
Secretaria de Saúde do Estado nesta quarta-feira (28), portando a
receita.
Já Cristiane vinha recebendo do Estado, através de uma liminar, a
medicação para o filho dela, que sofria de puberdade precoce. Ela afirma
que o Município se negou a fornecer o remédio, por falha na
interpretação de uma norma do Ministério da Saúde. “Hoje, o juiz
determinou que o remédio fosse disponibilizado, como solicitado pela
médica, indicando onde devo buscá-lo. Estou otimista, pois se não fosse a
liminar, meu filho não teria iniciado o tratamento e progredido tanto”,
disse.
O caso mais bem sucedido se deu com Tatiana, mãe de uma criança de
nove meses, que sofria de rejeição alimentar e necessitava, com
urgência, de um leite especial em sua dieta. Durante a audiência, 15
latas do alimento foram entregues à mãe pela Secretaria de Saúde do
Município.
O assessor jurídico da Secretaria, Tiago Nogueira, explicou que, a
partir de hoje, Tatiana deveria encaminhar a receita da nutricionista,
contendo o peso da criança e o quantitativo de latas necessárias, para
que a situação fosse regularizada.
Para ele, a iniciativa das conciliações oferece mais celeridade.
“Traz benefícios à população e faz com que a judicialização da saúde
seja minimizada, solucionando pleitos que não foram atendidos
administrativamente e nos possibilitando entender o porquê do não
atendimento. No caso de hoje, trouxemos a solução do problema de
imediato, o que é muito positivo”, avaliou.
De acordo com o promotor de Justiça, Luiz William Aires, a celeridade
foi visível na tarde de hoje. “Estamos vendo soluções rápidas aqui,
inclusive, com a entrega do medicamento na própria sala de audiência.
Mas é um assunto difícil de generalizar, por conta das situações
relacionadas à saúde em todo o Brasil “, pontuou.
Por sua vez, a coordenadora jurídica da Secretaria de Saúde do
Estado, Ana Amélia Paiva, afirmou que a ocasião serviu para a solução de
alguns casos, seja de responsabilidade do Estado ou do Município, bem
como foi dado encaminhamento a outros. “Situações que poderiam se
prolongar, ou levar ao bloqueio de verbas do Estado ou Município, foram
evitadas. Foi positivo e, da próxima vez, vamos formalizar este
procedimento”, disse.
A defensora pública Madalena Abrantes destacou a iniciativa do
magistrado em tentar dar solução aos casos. “Cerca de 30% das ações da
Fazenda Pública envolvem saúde, ou seja, são casos urgentes, mas com
conciliação muitas vezes há efeitos imediatos. Saúde é vida, não pode
esperar por decisões morosas”, afirmou.
Por Gabriela Parente
Fonte: TJPB
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