sexta-feira, 9 de maio de 2014

Pacto incentiva soluções extrajudiciais de conflitos

Avanço da Ordem
O Colégio de Presidentes das Comissões de Mediação e Arbitragem da OAB (COPREMA) propôs a adoção pela advocacia brasileira do compromisso de concentrar esforços para a adoção de mecanismos extrajudiciais de solução de conflitos. Para isso, foi idealizado o Pacto Nacional da Advocacia.

Por meio do Pacto, as entidades se comprometem a reconhecer a eficácia desses métodos, que envolvem técnicas colaborativas com o objetivo de auxiliar as partes em litígio a economizar custos e tempo, além de preservar relações proveitosas. “O intuito é buscar estratégias no sentido de estimular o conhecimento e a capacitação dos advogados brasileiros para aplicação dos métodos adequados de resolução de conflitos”, afirma Aldemar Motta, presidente da Comissão Especial de Medição, Conciliação e Arbitragem do Conselho Federal da OAB.

Segundo o presidente da comissão, o ano de 2013 foi rico em discussões sobre o assunto, obtendo dois trabalhos legislativos relevantes para o acesso à justiça: a reformulação da Lei da Arbitragem (9.307/96) e a edição do Marco Legal da Mediação, ambos aprovados por comissão especial do Senado.

No que concerne à educação, o COPREMA tem como proposta a inclusão da disciplina autônoma da mediação e da arbitragem nos cursos de direito e a criação de grupos de estudo que envolvam a comunidade acadêmica em competições estudantis. Além disso, visa à difusão da cultura da arbitragem e da mediação por meio de incentivos a eventos acadêmicos que interiorizem tais métodos no país.

De acordo com Motta, a grande base para mudança de cultura é a educação. Segundo ele, advogados e juízes também precisam ser instruídos sobre os métodos adequados de solução de conflitos. “O grande trabalho se chama educação. Quando os profissionais do direito e a população não conhecem, eles temem, veem competição, uma perda de poder. Nosso grande objetivo é demonstrar e educar, no sentido de que os métodos adequados, vistos como novos no Brasil, caminham junto com a justiça”. O presidente da comissão afirma que tais métodos são, na verdade, um novo mercado para a advocacia. “Nem o juiz, nem o advogado perde poder quando a mediação, a conciliação e arbitragem existem, pois é por meio delas que os principais interesses da população são atendidos”, defende.

Pensando nisso, o COPREMA também esta elaborando um Curso Nacional de Mediação e Arbitragem, bem como a produção de um Manual do Advogado em Soluções Extrajudiciais. O objetivo é disseminar os institutos de forma coloquial e técnica.Todo o esforço das entidades é para um melhor acesso à justiça e por uma utilização adequada dos métodos de solução de conflitos.

Nós temos um grande caminho a percorrer para que a distribuição da justiça seja cada vez mais eficaz no Brasil. Precisamos de juízes mais especializados, criação de varas especializadas ou de competência mista”, finaliza Motta.

Fonte: Revista Resultado
nº 49 

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