Parâmetros para a solução
A I Jornada sobre Prevenção e Solução Extrajudicial de Litígios aprovou 87 enunciados de um total de 229 admitidos. Os verbetes têm como objetivo orientar a adoção de políticas públicas e práticas do setor privado para a prevenção e solução extrajudicial de litígios.
A I Jornada sobre Prevenção e Solução Extrajudicial de Litígios aprovou 87 enunciados de um total de 229 admitidos. Os verbetes têm como objetivo orientar a adoção de políticas públicas e práticas do setor privado para a prevenção e solução extrajudicial de litígios.
A íntegra dos enunciados aprovados será divulgada pelo Conselho da
Justiça Federal (CJF), organizador da jornada. Entre as principais
proposições aprovadas, estão:
- Recomenda-se o desenvolvimento de programas de fomento de
habilidades para o diálogo e para gestão de conflitos nas escolas, como
elemento formativo-educativo, objetivando estimular a formação de
pessoas com maior competência para o diálogo, a negociação de diferenças
e a gestão de controvérsias.
- Propõe-se a implementação da cultura de resolução de conflitos por
meio da mediação, como política pública, nos diversos segmentos do
sistema educacional, visando auxiliar na resolução extrajudicial de
conflitos de qualquer natureza, utilizando mediadores externos ou
capacitando alunos e professores para atuarem como facilitadores de
diálogo na resolução e prevenção dos conflitos surgidos nesses
ambientes.
- Para estimular soluções administrativas em ações previdenciárias,
quando existir matéria de fato a ser comprovada, as partes poderão
firmar acordo para a reabertura do processo administrativo com o
objetivo de realizar, por servidor do INSS em conjunto com a
Procuradoria, procedimento de justificação administrativa, pesquisa
externa e/ou vistoria técnica, com possibilidade de revisão da decisão
original.
- O Poder Público, o Poder Judiciário, as agências reguladoras e a
sociedade civil deverão estimular, mediante a adoção de medidas
concretas, o uso de plataformas tecnológicas para a solução de conflitos
de massa.
- A mediação é método de tratamento adequado de controvérsias que
deve ser incentivada pelo Estado, com ativa participação da sociedade,
como forma de acesso à Justiça e à ordem jurídica justa.
- É admissível, no procedimento de mediação, em casos de fundamentada
necessidade, a participação de crianças, adolescentes e jovens –
respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão – quando
o conflito (ou parte dele) estiver relacionado aos seus interesses ou
direitos.
- Sugere-se que as faculdades de direito instituam disciplinas
obrigatórias e projetos de extensão destinados à mediação e à
conciliação, nos termos do artigo 175, caput, do Código de Processo Civil, e dos artigos 2º, § 1º, VIII, e 8º, ambos da Resolução CNE/CES 9, de 29 de setembro de 2004.
- O Poder Público e a sociedade civil incentivarão a facilitação de
diálogo dentro do âmbito escolar, por meio de políticas públicas ou
parcerias público-privadas que fomentem o diálogo sobre questões
recorrentes, tais como: bullying, agressividade, mensalidade
escolar e até atos infracionais. Tal incentivo pode ser feito por
oferecimento da prática de círculos restaurativos ou outra prática
restaurativa similar, como prevenção e solução dos conflitos escolares.
- É fundamental a atualização das matrizes curriculares dos cursos de
direito, bem como a criação de programas de formação continuada aos
docentes do ensino superior jurídico, com ênfase na temática da
prevenção e solução extrajudicial de litígios e na busca pelo consenso.
- O Poder Público, o Poder Judiciário e a sociedade civil deverão
estimular a criação, no âmbito das entidades de classe, de conselhos de
autorregulamentação, voltados para a solução de conflitos setoriais.
- O Poder Público (estadual e municipal) promoverá a capacitação
massiva de técnicas de gestão de conflitos comunitários para policiais
militares e guardas municipais.
Comissão científica
A I Jornada sobre Prevenção e Solução
Extrajudicial de Litígios aconteceu nos dias 22 e 23 de agosto, na sede
do CJF, em Brasília. Durante dois dias, o evento reuniu dezenas de
especialistas, magistrados e advogados.
Dos 365 enunciados enviados à Comissão Científica,
229 foram inicialmente admitidos e discutidos nas três comissões de
trabalho: Arbitragem, Mediação e Prevenção e Outras formas de soluções
de conflitos. No último dia do evento, a plenária aprovou 87
enunciados.
A comissão científica da I Jornada sobre Prevenção e Solução Extrajudicial de Litígios
foi composta pelos ministros do STJ Luis Felipe Salomão e Antonio
Carlos Ferreira e pelos professores especialistas em mediação e
conciliação Kazuo Watanabe e Joaquim Falcão.
* Veja a íntegra dos enunciados escolhidos.
* Veja a íntegra dos enunciados escolhidos.
Fonte: STJ
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