Iniciativa de sucesso

Para a realização do mutirão, o gabinete contatou as partes apresentando processos em que era aparentemente possível uma solução não judicial, o que trouxe para a mesa de conciliação temas em que a jurisprudência do STF já estava pacificada, ações em que o recurso não possuía mais objeto – como disputas entre poder público e servidores já atendidas administrativamente, ou casos de ações contra lei já revogada. Dos processos selecionados, a conciliação se concretizou em quase 70% dos casos.
De acordo com o ministro Luiz Fux, a inciativa tem por objetivo colaborar para o desafogamento da pauta do STF, mas também promover a solução célere e pacífica de disputas levadas ao Judiciário, e também de servir de modelo para novas inciativas no mesmo sentido. “O mais importante foi a mensagem de que a conciliação é possível nos tribunais superiores, e que nós podemos, dentro dos limites da possibilidade jurídica, realizar conciliações proveitosas para o poder público e para a sociedade”, afirmou.
O ministro também afirmou que deverá preparar outro mutirão do gênero, desta vez convocando as próprias partes a contribuir, chamando-os a buscar e selecionar os processos em que é viável um desfecho conciliatório. “O interessante dessa iniciativa é também ajudar a criar uma nova ideologia dentro da administração pública, no sentido de resolver no plano administrativo aquilo em que isso é efetivamente possível”, afirmou.
Desistência de ações
Uma das presentes ao mutirão de conciliação, a procuradora do Distrito Federal Paola Aires Correa Lima conta que, com a iniciativa, o governo do DF encerrou 11 processos levados ao STF, e pretende iniciar um trabalho de varredura de processos, inclusive em outros gabinetes, para encontrar casos em que há possibilidade de encerramento da disputa judicial. “O resultado mais importante desse processo é a abertura de um canal para a verificação daquilo que realmente vale a pena recorrer no STF, apontando para a realização de um "pente fino" nos processos em que o governo do DF é recorrente”, diz.
Já César Augusto Binder, procurador do estado do Paraná, encerrou três processos no mutirão promovido pelo ministro Luiz Fux, e também vê desdobramentos importantes pela frente. Há outros quatro processos já selecionados em que há possibilidade de desistência. Ele também prepara a busca por causas aptas à desistência do processo em outros gabinetes do STF, como parte da política de redução dos recursos nos tribunais superiores já adotada pela procuradoria estadual.
Fonte: STF
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