A Mediação de Conflitos é um recurso de prevenção e de resolução de controvérsias
que tem oferecido subsídios para práticas que podem beneficiar-se de um processo
estruturado de diálogo.
O rito de diálogo proposto pela Mediação está acompanhado de técnicas, atitudes e
procedimentos, destinados a tornar produtivo o diálogo entre pessoas que buscam o
consenso. Compreende-se por diálogo produtivo aquele que privilegia a escuta inclusiva (vs
a contra-argumentação), a construção de consenso (vs o debate ), o entendimento (vs a
disputa).
É objetivo deste artigo extrair da Mediação de Conflitos aportes técnicos e
habilidades que guardem afinidade com a prática da ouvidoria, visando a ampliar sua
tecnicidade e aprimorar seu exercício.
O diálogo no mundo contemporâneo
Desde meados do século passado o homem vem ampliando a utilização do diálogo
como instrumento de negociação de suas dessemelhanças. Os meios de comunicação
aproximaram as culturas e evidenciaram diferenças entre os povos, tornando necessária a
negociação continuada e uma postura de permanente colaboração visando ao bem comum.
Os mercados comuns, as fusões empresariais, os fóruns mundiais para tratar da economia,
do bem-estar social e do meio ambiente são exemplos vigentes.
A análise sistêmica – ecológica e globalizada – da nossa existência tem tornado inequívoca a interdependência entre todos os que habitam a Terra1. É hoje patente que a economia mundial deve ser tratada sistemicamente e que as mudanças e os acidentes locais de qualquer natureza – ambientais, sociais ou econômicos – repercutem por todo o planeta. A força física, a imposição de distintas naturezas e as tábuas de lei já não dão conta de resolver, em tempo real, questões complexas, envolvendo múltiplos atores com diferentes interesses. As necessidades particulares, assim como os valores comuns, complementares e divergentes, passam a nortear os diálogos.
O homem descobre que ceder ao outro ou competir exclusivamente pelas próprias aspirações maculam a continuidade da relação social. Identifica ainda que sua assertividade pode ser mantida mesmo quando trabalha pelo bem comum, por meio da colaboração e privilegia o diálogo. Antes, estudava, com afinco, processos de Negociação; hoje, inclui em suas pesquisas os Processos de Diálogo, suas particularidades culturais e a possibilidade de gerarem resultados construtivos ou destrutivos. Resultarão construtivos ou destrutivos de acordo com os meios utilizados para resolvê-los e os resultados que esses meios promoverão. Analisa os conflitos e encontra positividade em sua existência, pois viabilizam mudanças, o que os tornam bem-vindos à convivência.
O estudo de distintos métodos de manejo de conflitos, e de sua aplicabilidade ganha o status de ‘imagem de busca’ do homem contemporâneo. Sob essa perspectiva, a possível escalada dos conflitos passa a ser, muitas das vezes, uma linha simbólica que permite o diagnóstico das motivações para o desentendimento e a eleição da intervenção adequada para evitar a ruptura das relações no futuro.
É necessário propor intervenções precoces e customizadas, ou seja, que guardem adequação com o tema, a cultura e as pessoas envolvidas. As abordagens preventivas aumentam em número, ganham em qualidade e em campo de atuação. A ouvidoria compõe esse painel de intervenções.
* Continua no link
Fonte: MEDIARE
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